segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Overdose de Death Note

Melhor que ficar deitada em uma cama quentinha, coberta de mimos, sendo obrigada a me desligar da tomada, é ficar também de bobeira na frente da televisão. Claro que isso só funciona quando estou doente. Sim, eu estava com crise de garganta. Contudo, posso afirmar que se não fosse o desconforto da minha enfermidade, meu final de semana estaria entre os melhores dos últimos tempos. Considero-me sempre uma pessoa bastante agraciada quando tenho acesso a algum tipo de filme (ou série) de qualidade, já que é tão difícil encontrar por aí um roteiro original combinado com uma produção de primeira. O que me consolou em não ter assistido a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, no último domingo (dia 09), foi ter visto os 37 episódios de Death Note. Esse foi o ponto alto do meu fim-de-semana.


Death Note é um dos títulos mais conhecidos da Shonen Jump (revista de mangás voltada para o público masculino), onde foi publicado por pouco mais de 2 anos. Aqui no Brasil, o último dos 12 volumes que totalizam a série, chegou em Junho deste ano. O mangá foi criado por Ohba Tsugumi e ilustrado por Obata Takeshi. Trata-se da história de Yagami Raito, um estudante de ensino médio prestes a ingressar na faculdade com louvor, mas entediado com a vida, até que ele enxerga no meio do nada um caderno caindo na grama, ou melhor dizendo, um convite à “xeretagem”. Ao conferir o conteúdo do caderno, observa a existência de regras de uso, como “O humano que tiver seu nome escrito no Death Note morrerá”, o que chega a ser muito óbvio. Raito hesita em se apossar do Death Note, mas logo conclui (na sua mentalidade arrogante) que ele seria o único indicado a ficar com o caderno. Transgredindo a ordem natural das coisas, o garoto passa então a sentenciar vários criminosos e quem quer que ele julgue ser corrupto e impróprio para compor a sociedade. A partir disso, fica nítido que Ohba criou um personagem de caráter volúvel, insolente e até mesmo ingênuo. Os conflitos diários de um jovem comum se fundem com os de um sociopata. Ao longo da história, surgem inúmeros personagens que viram o jogo, mudam o foco do “mal”, e elegem um novo herói. Exceto pelo título, a história não é nada previsível. Posso até dizer que tinha tudo pra dar errado, já que não é todo autor que consegue manter a linha do enredo ao escrever um roteiro onde o protagonista também é o antagonista. Death Note realmente merece a atenção de quem gosta de uma boa história aliada a uma excelente direção e qualidade quanto à animação. O final não chega a ser inusitado, mas sobre isso serão vocês que irão tirar suas próprias conclusões!

Está aí a dica para o fim-de-semana! E nem precisa ter a desculpa de estar doente para assisti-lo!


Um comentário:

Unknown disse...

Eu concordo com o Raito em tudo. Esse negócio de "todos somos iguais" é uma idéia falsificada da nossa ordem moral vigente. Humildade é para os fracos.