terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Cinema Nacional: UP!

DE PERNAS PRO AR e COMO ESQUECER

Quando gargalhadas ecoam em efeito dominó dentro de uma sala de cinema não há o quê comentar de ruim na porta de saída. Uma comédia só é uma comédia se os espectadores se divertem durante a exibição, e De Pernas Pro Ar alcançou as expectativas geradas pelo trailer. De fato, os roteiristas Marcelo Saback (de Divã) e Paulo Cursino (de O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili) acertaram nos ingredientes misturando sexo em um ambiente familiar e de negócios. O enredo conta a história da executiva workaholic Alice (Ingrid Guimarães), que ao receber uma promoção no trabalho corre o risco de perder o marido. Nesse meio tempo, ela conhece uma vizinha de condomínio proprietária de um sex shop e, mergulhada nesse novo universo, Alice passa a se autodescobrir.



*De Pernas Pro Ar (Foto Divulgação)

Outra produção que ganhou pontos com a crítica da sétima arte foi Como esquecer. Estrelado por Ana Paula Arósio, o filme conta a história de Júlia, uma professora universitária e lésbica que após dez anos de relação, se separa da sua parceira Antônia. Nem o rosto da sua ex-namorada, nem os motivos pelos quais houve a separação são apresentados. O foco é mesmo na dor, no sofrimento e na reconstrução de uma vida. Na tragetória em busca de encontrar-se consigo mesma, Júlia vive novas experiências e aceita ser levada rumo a caminhos que exigem atitudes contrastantes com a sua personalidade egoísta e individualista. O fato da protagonista ser homossexual, e dela trazer em si mesma o seu antagonista, ocasiona uma nova perspectiva sobre um tema tão abusado pelos roteiristas. De qualquer forma, gay ou não, o sentimento é sempre o mesmo, e é sobre isso que o filme fala. Enquanto em muitas produções o fim de uma relação é o impulso, o começo de uma outra vida para o personagem, em Como Esquecer, apagar a dor de uma relação intensa desfeita é o maior objetivo.

* Como Esquecer (Foto Divulgação)




segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Nodame Cantabile: Mangás, TV e Cinema


Adaptações literárias para o cinema, já não são nenhuma novidade. A verdade é que a transposição de mídias se popularizou de tal forma que, deixando os romances e biografias de lado, a indústria audiovisual tem abraçado roteiros baseados em comics e, até mesmo, jogos de video game. Enquanto isso vem crescendo em Hollywood, em alguns países da Ásia já é de praxe transformar uma história em quadrinhos de sucesso numa versão animada, acompanhada de uma série live action e, dependendo do ibope, um filme estrelado por ídolos do momento.

Publicado no Japão de 2001 a 2009, o mangá Nodame Cantabile (de Tomoko Ninomiya) tem como principal enredo a história dos estudantes universitários de música clássica Shinichi Chiaki e Megume Noda. Em um universo cheio de princípios que envolvem dedicação e seriedade, a trama é desenvolvida de forma cômica e irreverente. Inicialmente o casal encontra-se em Tóquio e, por conta de um destino pouco misericordioso com Chiaki, percebe-se vizinhos de dormitório e únicos alunos do mesmo instrutor. A realização profissional, trabalho em equipe, superação de obstáculos, relacionamentos e família, são algumas estapas que os protagonistas precisam superar antes antes de alcançarem a segunda fase do enredo, que acontece em Paris.

A diversidade dos temas destacados aumentou a extensão do público, e o sucesso resultou em três temporadas animadas, duas temporadas em série live action e dois filmes. Para quem ainda não conferiu as produções, é fácil encontrá-las navegando pelos fansubs. Tanto na telinha como na telona, as áreas clássicas interpretadas pelos personagens fazem mesmo valer a pena. Infelizmente, a direção peca em excesso de surrealismo nas cenas cômicas do dorama, mas cresce em termos de adaptação e cena na versão cinematográfica, onde os protagonistas estão afinadíssimos em seus papéis.